sexta-feira, 1 de maio de 2015

Conhecendo a Maurício de Sousa Produções


Eu conheci o Maurício de Sousa quando ele visitou Rio Branco – pra quem não sabe, é minha cidade natal. Eu tinha sete anos de idade e ele desenhou a Mônica, minha personagem favorita até hoje, com um balão dizendo "Oi, Isabela" e o seu autógrafo. Na época, eu já era muito fã dos quadrinhos e os colecionava. Eu e meu primo competíamos pra ver quem tinha mais. Eram gavetas e gavetas lotadas!

A Turma da Mônica me introduziu ao mundo dos livros. Se não fosse pelo Maurício de Sousa, não sei se eu seria a leitora que sou hoje. Nunca deixei de ser fã, tanto que assim que surgiu A Turma da Mônica Jovem, também passei a ler a versão mangá e adolescente dos meus personagens da infância. Aliás, ainda leio todas as edições!

Ano passado, enchi a paciência dos meus pais para conhecer a Bienal do Livro de São Paulo. Alguns dos autores confirmados para dar palestras eram Kiera Cass (Trilogia A Seleção), Cassandra Clare (Os Instrumentos Mortais), Hugh Howey (Silo) e Maurício de Sousa! Mas minha querida mãe – te amo, mãe! – sem querer comprou a passagem de volta justo no dia que o Maurício iria estar lá. Nunca fiquei tão decepcionada.

Aproveitei essa nova viagem à São Paulo e graças à Thiana, amiga da minha mãe, consegui conhecer o estúdio (Thiana, obrigada pela milésima vez!). Eu não tinha esperanças de que o próprio Maurício estaria lá, já que sua agenda é lotada. A princípio me disseram que ele estaria no Japão, mas me ligaram remarcando a visita para outro horário com a justificativa que ele estaria lá e eu poderia conhecê-lo. Se eu chorei? Quase.

Agora chega de enrolação, vou falar como foi a visita:


Primeiramente conheci o estúdio. Lá é feito tudo dos gibis: o roteiro, o desenho, as animações. Conheci primeiramente um dos roteiristas, que trabalha lá há mais de 20 anos! Mais tarde vi como é feito o desenho. Lá o processo de desenhar tem duas maneiras: manualmente, que mais tarde é escaneado e reforçado graficamente, e a diretamente pelo computador, por cima de um rascunho feito pelos próprios roteiristas. Inclusive, todos eles são desenhistas. Adorei ver um dos rascunhos, em que a expressão dos personagens é bem exagerada para que os sentimentos sejam passados corretamente. Infelizmente, por ser conteúdo inédito, eu não pude tirar foto. 

Também vi o processo de coloração. Mesmo os gibis de A Turma da Mônica Jovem, que são em preto e branco graças ao estilo mangá, passam por isso. A diferença é que as texturas que são reforçadas, seja no cenário, nas roupas, etc, para traduzir os sentimentos de cada situação da história. Conhecer o processo de animação também foi muito divertido! A animação começa no papel mesmo, com um roteiro com o desenho e as especificações de o que deve acontecer. Logo depois ele é melhorado e colorido no photoshop para, em seguida, ser colocado em movimento. É bem demorado!

Também há o processo de animação feito diretamente pelo computador, do projeto Turma da Mônica Toy. São vídeos curtinhos em 2D publicados no YouTube e que já estão em sua 3º temporada! O público-alvo não é apenas de crianças, como também de adultos. Não sabia da existência deles até ver no estúdio. Esse foi o primeiro que vi:



E, finalmente, a última parada: o escritório do Maurício de Sousa. Eu confesso que estava morrendo de medo de ele ser arrogante. Imagina a decepção? Mais tarde, quando contei essa preocupação pra minha mãe, ela respondeu “Que nada! Quando ele veio aqui [Rio Branco] foi simpático com todo mundo, ele é muito legal”. E é verdade! Maurício é humilde, simpático e pacientemente respondeu todas as minhas perguntas. 

Ele lembrava um pouco de mim da época que foi à Rio Branco – digamos que eu “invadi” o café da manhã dele – e lembra dos meus pais, até perguntou como eles estavam. Perguntou o que eu estava estudando e, quando respondi jornalismo, ele me contou sua trajetória de repórter policial para desenhista. Uma das dicas que ele me deu foi a de sempre me mostrar disposta às oportunidades que aparecerem. Por exemplo, quando em uma redação o chefe propor algum trabalho, eu devo levantar a mão e me candidatar para fazê-lo. Me mostrar ativa e empenhada.

Comecei, então, a falar sobre a minha experiência lendo os gibis.

Aqui algumas dúvidas e comentários que eu fiz:

Sobre a trilogia Umbra
Se você não lê Turma da Mônica Jovem, sugiro que leia a trilogia de terror chamada Umbra. É sobre a lenda da Jumenta Voadora e, como posso dizer? É o máximo! Criativa, diferente e muito bem elaborada. Envolve viagem no tempo e me surpreendeu muito.

Comentei isso com o Maurício e falei que vi que ele elogiou o roteirista, Emerson Abreu, no seu canto reservado da revista, o “Fala, Maurício”. Ele disse que o Emerson realmente “viaja” bastante e ele tem até que controlar um pouco a imaginação dele, haha.


E o Xavecão? [Spoiler]
Nessa trilogia da Umbra, conhecemos o Xaveco do futuro, que volta ao tempo para tentar salvar a turma do terrível destino que os espera. Ele está mudado: forte e musculoso pelo treinamento que todos tiveram que passar para se defender do grande vilão – tan tan tan tan! – que o Cebola se tornou! Mas ele não veio sozinho, e sim com a namorada, a Denise. Imagina a reação da Denise do presente ao descobrir que no futuro o Xaveco, por quem não tem nenhum sentimento e mal conversa, é seu namorado? Sem falar que a Denise do Futuro sumiu na viagem!

Perguntei ao Maurício se o Xavecão voltava, já que na última edição ele não apareceu e ainda não houve um ponto final a essa história. A resposta? Sim!


Julinho Baby
Na edição #72 de TMJ, chamada Ídolo, foi introduzido o Julinho Baby. Não precisa pensar muito pra perceber que é uma paródia do Justin Bieber! A história é uma clara crítica a fãs que, mesmo depois de serem mal tratadas pelo ídolo, continuam sendo fãs deste.

Comentei que adorei a ideia e perguntei de quem foi. Adivinhem! Foi dele mesmo. :)


Do Contra e Mônica?
Também elogiei essa mudança! Cebola e Mônica sempre foi um (quase) casal nos gibis e isso ficou mais evidente na versão jovem das histórias. Mas o Cebola sempre pisou na bola com ela e, cansada de esperar, atualmente ela está namorando o Do Contra. De quem foi a ideia? Maurício! “O Cebola tem que amadurecer”, justificou. Por enquanto ele está sofrendo e reconhecendo os erros que cometeu. Mas é só por um tempinho, já que Mônica e Cebola são feitos um pro outro.


Turma da Mônica Live Action?
Comentei que também sempre imaginei uma versão live action dos gibis. Imaginem que máximo seria? Maurício não negou que isso pode acontecer. A ideia existe, porém colocá-la em prática ainda está em um futuro distante. Mas, quem sabe, um dia veremos a turma no cinema!

Abusei do meu tempo com ele, mas depois tiramos fotos e ganhei autógrafos. Antes de encontrá-lo, também ganhei esse kit com vários gibis, a ecobag e agenda! Amei! ❤





Depois de ouvir minhas opiniões sobre tudo, o Maurício ainda me deu o seu email e pediu que eu sempre mandasse meus comentários sobre as edições para ele. Quase morri depois dessa, gente!

Fui muito bem recebida e amei essa experiência!

Duvido alguém ler isso tudo, mas tudo bem. Espero que tenham gostado! Alguém mais aí é fã?
Beijos,
Bela


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